Não é simples descrever em que trabalho. Sou designer, há vinte anos na área e a cada ano, desde o primeiro de formada, mais longe do Desenho Industrial propriamente dito. O meu caminho laboral foi tão empolgante quanto mais se misturava à minha vida, aos meus valores, à possibilidade de fazer um mundo melhor. Assim o design foi perdendo forma para ganhar mais funções, pulverizadas e associadas a outras áreas como a cultura, a educação e a inclusão socioeconômica. E também foi perdendo autoria para ganhar mais sentido quando realizado por mais pessoas, não necessariamente mais designers (não necessariamente adultos, não necessariamente alfabetizados, mas necessariamente interdisciplinar).
Minha visão hoje é que o design se configura como abordagem propulsora de processos criativos, capaz de aglutinar pessoas para dissolverem determinados problemas, ou melhor ainda, aprenderem com os desafios e se tornarem agentes de mudança. Nessa visão, fazer design implica em movimento, em ação sustentada em propósito. Isso para mim significa o poder de transformar (para melhor ou para pior) e a oportunidade de enxergar todos os agentes (pessoas, natureza, objetos, cidades,...) como partes conectadas de um sistema complexo. 
“(…) Design is not object-based. (…) Design  is philosophy. Design is service. Design is experience. Design is connecting people.” Michele Degen (estudante de design da Design Academy Eindhoven. Frase extraída da publicação The play´s the thing – The Readership in Strategic Creativity at Design Academy Eindhoven – 2013)
E algo muito importante sobre mim: sou mãe do Martín, criança da nova era, que veio me ensinar a incrível prova de que 1 + 1 é mesmo mais que 2.
Mini bio Renata Mendes:
Designer pós graduada em Gestão da Inovação, trabalha desde 2002 com impacto social, econômico e cultural no terceiro setor, em empresas e universidades. Seus projetos abordam Inovação Social, Educação Popular e Design Thinking para criação de soluções a partir das adversidades e dos recursos locais, que possam gerar transformação social. Foi sócia da Associação Mundaréu, onde trabalhou por 11 anos. Atuou em projetos educacionais com a Universidade Metodista e o Istituto Europeo di Design – IED São Paulo. Foi consultora do SEBRAE em projetos de geração de renda com comunidades artesanais e realizou workshops de processos criativos em empresas, como Basf, Renner e Natura. Para essa última cocriou e fez parte da equipe de realização das Oficinas Criativas de Ecodesign. Em 2012 foi bolsista CNPq no projeto de residência artística Interações(não)distantes, como artista convidada do curso de Licenciatura em Artes Visuais, da UAB/UnB – Ensino à distância no Acre da Universidade de Brasília. Fora do Brasil, em 2007 e 2008, fez parte da criação e implementação do projeto Designing across Boundaries, realizado em Londres em parceria com o Royal College of Art. Entre 2013 e 2015 realizou assessoria técnica na incubadora SBCSol, onde foi responsável por estruturar empreendimentos da Economia Criativa, organizar e sistematizar metodologia de incubação, com dois livros publicados. Teve trabalhos premiados no Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira, em 2001, no Prêmio Planeta Casa, em 2007 e no Prêmio Objeto Brasileiro, em 2008. Em 2010 foi membro do júri do Prêmio Objeto Brasileiro, promovido pelo Museu A Casa e em 2013 foi palestrante do TEDx Mauá com o tema Design Social. É consultora da OSCIP Artesol para a formação de novos negócios baseados na salvaguarda das tradições artesanais brasileiras, na promoção da geração de trabalho e renda e no Comércio Justo. Em 2016, conduziu a break out session do evento internacional "What Design Can Do?", realizado em São Paulo, com o tema: Violência contra o feminino.
Suas investidas mais recentes, além das consultorias, relacionam: o design à favor da saúde pública, através do projeto Amá, um movimento social em prol do leite materno desenvolvido no Social Good Brasil Lab 2017; o design com o empreendedorismo feminino, através do projeto Mulheres em Rede na Economia Criativa, realizado em Campinas em 2018.​​​​​​​​​​​​; o design à serviço da educação para o século XXI, na forma de workshops para educadores e planejamento de futuro para com gestores de escolas.
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